
O Dia da Vitória na Europa (V-E) é 8 de maio de 1945, data em que a Alemanha nazista se rendeu aos Aliados na Segunda Guerra Mundial.
E nos faz recordar de uma época em que a União Soviética (URSS), que incorporou a Rússia, a Ucrânia e outras áreas, lutou junto com os Estados Unidos, o Reino Unido e outras nações contra um inimigo comum e brutal.
Mas hoje, o presidente russo, Vladimir Putin, é quem perpetua uma guerra brutal de agressão, que evoca a Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
Na Segunda Guerra Mundial, soldados pertencentes a uma minoria étnica ucraniana lutaram no Exército Vermelho ao lado de soldados russos. A União Soviética sofreu 24 milhões de baixas civis e militares* enquanto lutava contra a Alemanha nazista e seus aliados.
E, no entanto, em 24 de fevereiro, Putin afirmou que estava “desnazificando” a Ucrânia quando lançou sua invasão em larga escala premeditada, não provocada e injustificada de um país que contribuiu para a luta contra o nazismo, e hoje é liderada por um presidente de origem judaica, Volodymyr Zelenskyy.
O fato de Putin invocar nazistas para justificar sua invasão da Ucrânia foi globalmente condenado pelo uso de estereótipos e realidade distorcida**. E é também um enviesamento histórico.
A verdadeira história

Putin gosta de acusar suas vítimas de serem nazistas, mas é importante lembrar que em 1939 a Alemanha nazista e a União Soviética assinaram um pacto de não agressão. Dias depois, a Alemanha e a então União Soviética invadiram a Polônia, acabando com a independência polonesa e dividindo o país, além de grande parte da Europa Oriental. Somente depois que os nazistas lançaram um ataque surpresa à URSS em junho de 1941, a União Soviética se juntou à luta antinazista.
Mesmo assim, os Estados Unidos contribuíram muito para o derradeiro sucesso do Exército Vermelho. De 1941 a 1945, os Estados Unidos enviaram US$ 11,3 bilhões***, ou US$ 180 bilhões em dólares no câmbio atual, em bens e serviços para os soviéticos.
Mais história: à medida que os Aliados libertavam as nações europeias do domínio nazista, as potências ocidentais, incluindo os Estados Unidos e o Reino Unido, procuraram proteger a soberania nacional e a integridade territorial dessas nações. Os soviéticos impuseram seu sistema econômico e político comunista às nações da Europa Oriental. Nas décadas que se seguiram, Moscou interveio militarmente na Polônia, na Hungria e na antiga Tchecoslováquia a fim de negar a essas nações a capacidade de escolher suas próprias instituições e modo de vida.

Um pouco mais de história: após a guerra, os EUA lançaram o Plano Marshall em 1948, um programa de ajuda econômica maciço que ajudou a reconstruir o continente. Moscou proibiu as nações comunistas de receber essa ajuda.
O que isso significa?
Ainda há pessoas vivas hoje que se lembram de quando Moscou estava alinhada com Hitler, quando as tropas de Moscou brutalizaram a Polônia e quando, muito depois que os nazistas se foram, as forças de Moscou suprimiram a liberdade na Hungria e na antiga Tchecoslováquia.
Hoje, as forças de Putin estão na Ucrânia. Ele diz que é para combater o nazismo. A história diz o contrário.
* site em inglês
** site em inglês e outros quatro idiomas
*** site em inglês e outros três idiomas